Filme 22 de julho: História Real

“22 de Julho” é uma produção cinematográfica de 2018, que revolve em torno dos ataques que chocaram a Noruega em 2011 e suas consequências subsequentes. Este drama policial americano, baseado no livro “One of Us: The Story of a Massacre in Norway — and Its Aftermath” de Åsne Seierstad, foi concebido, escrito e dirigido por Paul Greengrass e contou com uma equipe e elenco majoritariamente noruegueses.

Estrelando Anders Danielsen Lie, Jon Øigarden, Thorbjørn Harr, Jonas Strand Gravli, Ola G. Furuseth, Ulrikke Hansen Døvigen, Isak Bakli Aglen, Maria Bock e Seda Witt, “22 de Julho” foi lançado mundialmente em 5 de setembro de 2018, na competição principal do 75º Festival Internacional de Cinema de Veneza. Posteriormente, foi lançado online e em cinemas selecionados em 10 de outubro do mesmo ano pela Netflix.

A história real do filme 22 de julho

O filme retrata de maneira intensa o ataque terrorista na Noruega, onde 77 pessoas perderam suas vidas no fatídico dia de 22 de julho de 2011. Anders Breivik, o terrorista norueguês de 32 anos, após detonar uma bomba em um prédio do governo em Oslo, segue para um acampamento de verão, fingindo ser um policial, onde comete um massacre ainda mais aterrorizante.

“22 de Julho” é uma representação visceral do massacre de 2011 em um acampamento de verão norueguês. Este direitista radical, Breivik, foi responsável pela morte de 77 pessoas. O filme se aprofunda na reação da Noruega ao massacre, o processo de recuperação e a ascendência contínua da extrema direita na política.

Enredo do filme

O filme inicia com Breivik – interpretado de maneira impactante por Anders Danielsen Lie – executando sua horrível missão. Ele prepara seu carro-bomba, posiciona-o fora do escritório do primeiro-ministro e, em seguida, conduz para a ilha de férias de Utøya. Lá, ele comete um ataque brutal contra 69 jovens, numa tentativa de erradicar a próxima geração do Partido Trabalhista.

No entanto, a maior parte do filme se concentra nas consequências. Vemos Breivik passar pelo sistema de justiça criminal, sendo examinado por insanidade, enquanto transborda de uma arrogância delirante, acreditando ser o indivíduo mais sadio e inteligente na sala.

Simultaneamente, o filme retrata a dolorosa recuperação de uma de suas vítimas adolescentes, Viljar, interpretado de maneira arrebatadora por Jonas Strand Gravli. A performance de Gravli cria um muro emocional com seu olhar traumatizado e vazio, que nunca beira o sentimentalismo.

22 de Julho levanta preocupações sérias do mundo atual

Filmes que abordam massacres massivos inevitavelmente levantam questões morais – não apenas sobre o perpetrador, mas também sobre os cineastas. Qual o propósito nobre em fazer o público testemunhar tais horrores? E como fazer isso sem ser exploratório ou transformar o sofrimento real em entretenimento?

O diretor Paul Greengrass tem um talento notável para capturar a textura e o fluxo dos eventos reais. No entanto, em contraste com seus filmes anteriores, em “22 de Julho”, Greengrass não busca sensacionalismo na violência, mas sim na situação política contemporânea.

O extremismo de direita

Primeiro, ele ilustra os perigos do extremismo de direita, do qual Breivik é um exemplo extremo, mas não atípico. No livro “One of Us”, Åsne Seierstad mostra como as ideias etnonacionalistas de Breivik, apesar de sinceras, eram essencialmente as de um narcisista solitário, não de um agente político.

Ao lado da jornada de Breivik, o filme retrata aqueles que tiveram de lidar com as consequências de suas ações. Desde o primeiro-ministro Jens Stoltenberg, insistindo que a Noruega não deve ceder ao pânico e tornar-se um estado fechado e menos democrático, até Viljar, o jovem ferido que se torna um símbolo vivo das vítimas.

Viljar, cego de um olho e com uma bala alojada em seu cérebro, reaprende a andar, confronta seu agressor e se reintegra à sociedade que estava sob ataque. Enquanto Anders Behring Breivik representa o pior do ocidente contemporâneo, a resistência de Viljar nos oferece um vislumbre de esperança.

“22 de Julho” é, portanto, mais do que um filme sobre um massacre; é uma reflexão sobre a resiliência humana, a importância da justiça e a necessidade de confrontar as ideologias que ameaçam a paz e a harmonia da sociedade. Embora o terror seja um componente central da trama, o filme nunca perde de vista as vítimas, suas histórias e sua jornada de recuperação.

Trailer do filme 22 de Julho

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