Como as greves de Hollywood afetaram a corrida ao Oscar

A história do Oscar é repleta de exemplos onde eventos externos impactaram fortemente o resultado da premiação. E assim, as greves de Hollywood em 2023 certamente terão um lugar reservado nos livros de história. Durante grande parte de 2023, a indústria do entretenimento se viu refém das paralisações. As mesmas foram promovidas pelo Sindicato dos Roteiristas (WGA) e pelo Sindicato dos Atores, Atrizes e Artistas (SAG-AFTRA).

Ambos os sindicatos conquistaram avanços significativos em seus contratos. Porém, as rusgas entre executivos e estrelas durante as negociações criaram um clima de tensão com consequências para o Oscar. A incerteza e as restrições impostas pelas greves tiveram efeitos devastadores, atrapalhando campanhas e criando uma situação na qual alguns filmes se beneficiaram em detrimento de outros.

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Greves de Hollywood

A greve dos roteiristas iniciou em 2 de maio, com os atores se juntando em 14 de julho. Enquanto os roteiristas conseguiram um acordo em 27 de setembro, o SAG-AFTRA só encerrou sua paralisação em 9 de novembro.

Uma das táticas mais efetivas empregadas pelo SAG-AFTRA foi um total apagão na imprensa. Em suma, nenhum ator trabalhando para uma produtora na lista de greves poderia participar de eventos publicitários. Isso criou uma enorme desvantagem para filmes com grandes elencos, como “Barbie” e “Oppenheimer”.

Oportunidades para os Independentes

O bloqueio imposto a grandes produções, abriu espaço para filmes menores lançados por produtoras independentes. Ou seja, aquelas que não são filiadas à Aliança dos Produtores de Filmes e Televisão (o grupo que conduz as negociações com os sindicatos).

A A24, maior potência do cinema independente, pôde promover filmes como “Priscilla” de Sofia Coppola, e as sensações “Past Lives” e “The Zone of Interest”. Não à toa, a A24 foi a única produtora com dois filmes indicados à categoria de Melhor Filme.

A Neon, principal concorrente da A24, também aproveitou a greve para alavancar o longa “Anatomy of a Fall”, que possibilitou perfis elogiosos da estrela Sandra Hüller na mídia, algo impensável para muitas de suas concorrentes.

Os Prejuízos do Fim do Ano

Os filmes que estreiam no final do ano foram os mais prejudicados pelas paralisações. Produções como “The Holdovers”, “Maestro” de Bradley Cooper e “American Fiction” tiveram seus lançamentos ofuscados, justamente quando tentavam ganhar visibilidade.

Quando a greve terminou, as estratégias de campanha tiveram que ser reajustadas, focando em aparições públicas e premiações importantes como o Globo de Ouro e o Critics Choice Awards. No entanto, a necessidade de controlar gastos, tanto dos estúdios tradicionais como das plataformas de streaming, limitou os orçamentos para o marketing das produções.

E os Favoritos?

Felizmente para “Barbie” e “Oppenheimer”, ambos tiveram estreias bombásticas no verão americano, o que manteve o interesse do público mesmo durante a greve, permitindo que entrassem de volta na disputa assim que os atores puderam promover seus filmes.

As greves de Hollywood em 2023 reescreveram o roteiro da temporada de premiações, prejudicando alguns e beneficiando outros. Essa batalha fora das telas é um capítulo fascinante na história do Oscar, mostrando como eventos do mundo real estão inextricavelmente conectados à arte do cinema.

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