A Dama do Silêncio – La Mataviejitas: História Real Por trás do Documentário Netflix

Há casos em que a realidade ultrapassa a ficção, sendo tão arrepiantes e intrincados que desafiam nossa compreensão. Um exemplo marcante é o caso de Juana Barraza, conhecida como “Mataviejitas”. Este artigo visa desvendar a perturbadora história dessa mulher, sua vida pregressa, seus crimes e o impacto que gerou na sociedade mexicana. Seu relato foi imortalizado no documentário da Netflix “A Dama do Silêncio – La Mataviejitas”.

Origens e Vida Pregressa de Juana Barraza

Juana Barraza, nascida em 1957, era uma ex-lutadora profissional, conhecida pelo nome “La Dama del Silenci”. Ela cresceu em Hidalgo, México, filha de Trinidad Barraza e Justa Samperio. Seu pai era policial e sua mãe, uma prostituta e alcoólatra, que alegadamente a trocou por três cervejas com um homem chamado José Lugo.

Após a morte de sua mãe por cirrose, Barraza mudou-se para a Cidade do México, casando-se várias vezes e dando à luz quatro filhos, o mais velho dos quais morreu aos 24 anos. Ela trabalhou em várias ocupações e viajou pelo México central como lutadora mascarada durante as décadas de 1980 e 1990.

Os Crimes de Juana Barraza e a Emergência da Mataviejitas

Com o nascimento do quarto filho em 1995, Barraza, desesperada por dinheiro, começou a roubar. Em 1996, ela concebeu um plano para roubar idosos com a ajuda de uma amiga, Araceli Tapia Martínez. Disfarçadas de enfermeiras, elas ganhavam acesso às casas das vítimas e as roubavam.

A primeira vítima mortal de Barraza, María de la Luz González Anaya, foi assassinada em 25 de novembro de 2002. Entre 1998 e 2005, uma onda de assassinatos de mulheres idosas assolou a Cidade do México, com vítimas todas acima de 60 anos. O número total de suas vítimas é de até 40.

Barraza ganhava a confiança de suas vítimas oferecendo seus serviços como voluntária ou assistente social. Depois de conquistá-las, ela as asfixiava com travesseiros ou toalhas e roubava seus pertences antes de fugir.

A Descoberta e a Captura da Mataviejitas

Por muitos anos, Barraza conseguiu escapar da justiça no México. Entretanto, em 25 de janeiro de 2006, Juana Barraza foi finalmente presa tentando fugir da casa de sua última vítima, Ana María de los Reyes Alfaro, no bairro de Moctezuma, na Cidade do México. Para surpresa de muitos mexicanos, a suspeita não era um homem, como se supunha inicialmente, mas uma mulher.

No início do julgamento, Barraza foi acusada de 40 homicídios. Embora tenha confessado o assassinato de Alfaro e outras três mulheres, ela negou envolvimento em todos os outros assassinatos. No entanto, evidências de impressões digitais ligaram Barraza a pelo menos 10 dos 40 assassinatos.

Em 31 de março de 2008, Barraza foi considerada culpada por 16 acusações de homicídio e 12 de roubo agravado e foi condenada a 759 anos de prisão. Porém, sob a lei mexicana, a pena máxima é de 60 anos, e as sentenças costumam ser cumpridas simultaneamente, indicando que Barraza provavelmente cumprirá a sentença completa na prisão.

Juana Barraza na Atualidade

Hoje, Barraza está detida na prisão de Santa Martha de Acatitla, na Cidade do México. Segundo relatos, ela trabalha como instrutora de academia na prisão e vende tacos para sustentar sua família. Ela até se casou com um homem de 74 anos chamado Miguel Ángel na prisão, mas o casal se divorciou após um ano.

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