Por que a Disney recusou fazer De Volta para o Futuro?

Em 3 de julho de 1985, chegava aos cinemas uma produção que alteraria o panorama da indústria cinematográfica: “De Volta para o Futuro”. A estreia do filme marcou a ascensão de Michael J. Fox ao estrelato e consolidou a carreira de Robert Zemeckis como um dos diretores mais influentes de Hollywood. Entretanto, o caminho para o sucesso dessa produção foi repleto de obstáculos, incluindo rejeições de diversos estúdios e até mesmo da própria Disney.

Robert Zemeckis e o roteirista Bob Gale, amigos desde os tempos da Universidade do Sul da Califórnia (USC), decidiram escrever um filme sobre viagem no tempo. A ideia foi apresentada inicialmente à Columbia, mas sem sucesso. Zemeckis e Gale foram então de estúdio em estúdio, e em todos eles receberam a mesma resposta: um não. Na época, a tendência era produzir comédias com teor sexual, enquanto “De Volta para o Futuro” era um filme “bom demais”, saudável e inocente.

A Rejeição da Disney

O caso curioso é que durante as diversas rejeições, uma sugestão sempre aparecia: “Por que vocês não levam para a Disney?”. Resilientes, Gale e Zemeckis decidiram seguir o conselho e apresentaram o projeto à Disney. A resposta, entretanto, foi igualmente negativa. O estúdio considerou a trama do filme “safada demais”, referindo-se à sequência onde a personagem Lorraine, mãe do protagonista Marty, se apaixona pelo próprio filho.

A proposta do filme era justamente brincar com essa situação incômoda, mas ao mesmo tempo engraçada, sem nunca cruzar a linha da indecência. No filme, quando Lorraine finalmente beija Marty, ela imediatamente se afasta, revoltada, pois sentiu como se estivesse beijando o próprio irmão. A cena, na visão de Gale, estava no limite, mas não ultrapassava a fronteira do inapropriado.

O Salvamento por Steven Spielberg

Com rejeições de quarenta estúdios e da Disney, a produção de “De Volta para o Futuro” poderia ter sido abandonada, se não fosse pelo apoio de Steven Spielberg. Spielberg, amigo de longa data de Zemeckis e Gale, era na época o rei de Hollywood, tendo dirigido grandes sucessos como “E.T. – O Extraterrestre” e “Os Caçadores da Arca Perdida”.

Spielberg foi a pessoa que sempre esteve interessada no roteiro. Diante da nova oportunidade, após o sucesso de “Romancing the Stone”, Zemeckis decidiu levar “De Volta para o Futuro” para o amigo que acreditou no projeto desde o início. Foi assim que a produção se tornou o primeiro filme da Amblin Entertainment, a nova empresa de Spielberg, que não era dirigido por ele.

Um Fenômeno nas Bilheterias

O sucesso de “De Volta para o Futuro” foi tamanho que o filme terminou o ano como a maior bilheteria e ainda gerou duas sequências adoradas pelo público. Michael J. Fox tornou-se uma das maiores estrelas do mundo e Robert Zemeckis continuou a dirigir sucessos como “Quem Framed Roger Rabbit” e “Forrest Gump”.

O “não” da Disney se transformou no maior erro do estúdio, enquanto para Zemeckis, Gale, Fox e Spielberg, a persistência e a crença no projeto os conduziram ao estrelato, consagrando “De Volta para o Futuro” como um clássico que resistiu ao teste do tempo.

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