A Ira de Deus: Conheça a história por trás do polêmico filme da Netflix

Um filme polêmico da Netflix está dando o que falar. Afinal, o que faz “A Ira de Deus”ser um sucesso?

Tempo estimado de leitura: 5 minutos

Em alta no catálogo da Netflix desde a sua estreia, no último dia 15, o longa argentino A Ira de Deus vem gerando discussões acaloradas nas redes sociais. Em suma, isso acontece por causa da divisão de opiniões decorrentes desse enredo desconstruído, que inverte as expectativas na maioria dos casos.

A verdade, em síntese, é que a produção intrigou boa parte do público que a assistiu. Nesse sentido, a curiosidade faz com que procurem por mais informações sobre o título. Entre as quais a mensagem que quer passar e sobre qual afinal foi o processo que o levou a ser o que é. Ademais, cabe salientar ainda que o roteiro está entre os tópicos de maior apelo e curiosidade.

Sabendo disso, o Minha Série Favorita selecionou algumas informações sobre a história que inspirou “A Ira de Deus“. Em seguida te conto tudo, continua comigo!

Conheça a história por trás de “A Ira de Deus”

Primeiramente, iniciamos com o afastamento da hipótese que muito se ventilou sobre A Ira de Deus se basear em fatos reais. Apesar do foco em crime e da recente ampliação de investimentos no gênero true crime, por parte da Netflix, o filme em nada tem a ver com a vida real. Afinal, o longa na verdade é a adaptação de um livro de muito sucesso na Argentina.

Em síntese, o material que norteou a produção original da Netflix foi o livro A Morte Lenta de Luciana B, de Guilhermo Martínez. Dessa forma, logo depois de comprar os direitos de adaptação da obra, a companhia Buffalo Films desenvolveu o projeto. Em seguida houve a apresentação à Netflix, que aprovou e sacramentou contrato de distribuição.

Ademais, genericamente falando, pode-se afirmar que as histórias do livro e do filme são sim bastante semelhantes. Ou seja, ambos apresentam trama que gira em torno de Luciana, uma digitadora que já trabalhou para um escritor de nome Kloster. Posteriormente, quando algumas pessoas próximas começam uma a uma a morrer, a protagonista passa a desenvolver teorias persecutórias. Ela acredita, em síntese, que os acontecimentos trágicos decorrem de um plano de vingança em execução pelo ex-chefe.

Dois pontos de vista

Outro destaque interessante é que a apresentação da história, no livro, se dá através da ótica de um narrador que tem contato com os dois personagens. Em outras palavras, isso propicia aos leitores conhecer tanto os argumentos utilizados por Luciana quanto os utilizados por Kloster em sua defesa..

Enfim, o formato faz com que os leitores vivam em um constante conflito. Isso porque desconhecem quem realmente está contando a verdade enquanto refletem sobre outros temas secundários ao enredo. Por outro lado, é bastante comum que grandes histórias narradas em livros sofram a perda de partes de sua essência ao serem adaptadas para filmes e séries de sucesso. E é exatamente nesse ponto que “A Ira de Deus” divide opiniões.

A adaptação do livro foi realmente bem feita?

Não é nenhuma novidade que o processo de adaptação da história de um livro para um filme passe por modificações. Afinal, na maioria dos casos são imprescindíveis para que a história seja mais compacta e direta. E para não descaracterizar a obra, os roteiristas contaram com a colaboração do autor Guilhermo Martínez.

“Me interessava muito criar uma situação em que existisse uma espécie de equilíbrio moral entre duas possibilidades antagônicas, e que o leitor tivesse que decidir para qual lado inclinaria a balança, digamos, a culpabilidade. Existe um público para a Luciana e um para o Kloster”, comentou Martínez.

De acordo com o diretor Sebastián Schindel, é justamente essa a essência do filme “A Ira de Deus“. Ou seja, fazer com que o público se divida entre a acusação e a presunção de inocência. “Essa questão é o principal motor dramático do filme. Quem tem razão? Essa acusação é correta, ou é fruto de uma pessoa que está desequilibrada?”, comentou o diretor em entrevista para a própria Netflix.

Ainda segundo o cineasta, algumas modificações foram fundamentais para manter a narrativa mais “sintética“.

A estratégia utilizada, nesse sentido, foi inverter a ordem das mortes que acontece no livro. No filme, por exemplo, a primeira morte que acontece é a do irmão da personagem principal, enquanto no livro, quem morre é o seu namorado. Na obra de origem, é a sua avó quem falece posteriormente, enquanto o filme mostra o pai da protagonista falecendo.

Em suma, essas mudanças contribuíram bastante para as polêmicas que envolveram o filme após seu lançamento. Isso porque o roteiro falha ao tentar reproduzir o equilíbrio da balança moral que o livro conseguiu. Na obra original, houve uma divisão entre os leitores do começo ao fim.

Além disso, o livro consegue trabalhar de forma mais detalhada o suspense e as investigações do que tem ocorrido. Em contrapartida, o filme tenta mergulhar no ímpeto desses acontecimentos e acaba, por consequência, deixando os espectadores confusos sobre a correlação entre esses fatos. Isso não chega a estragar a experiência como um todo, mas deixa bastante a desejar no sentido narrativo.

Trailer de A Ira de Deus

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