Greve dos Roteiristas: WGA detona atitude dos estúdios

A greve dos roteiristas de Hollywood está cada vez mais distante de chegar ao final, ainda mais depois que as negociações entre o Writers Guild of America (WGA) e os estúdios terminou com trocas de farpas entre os dois lados. De acordo com o The Hollywood Reporter, o sindicato que representa a categoria ficou descontente com a mais recente proposta da AMPTP.

A situação ficou ainda mais grave porque a associação divulgou a proposta para a imprensa. A ideia era fazer pressão para finalizar a greve, que começou em maio deste ano. Em suma, a negociação aconteceu a portas fechadas entre o WGA e um grupo de executivos com Bob Iger (Disney), Ted Sarandos (Netflix), David Zaslav (Warner Bros. Discovery) e Donna Langley (Universal).

A proposta dos estúdios para o final da greve dos roteiristas

Os estúdios formalizaram uma proposta para o WGA para o final da greve dos roteiristas. No documento, a AMPTP propôs alternativas às principais reivindicações do sindicato, como número mínimo de roteiristas para série de televisão e garantia de pagamento justo aos profissionais. No entanto, o WGA acusou a proposta de apresentar “limitações, brechas e omissões.

“As políticas dos estúdios falham em proteger os roteiristas de forma suficiente diante das ameaças existenciais ao seu trabalho, que foram os motivos pelos quais iniciamos esta greve“, explicou o sindicato em comunicado oficial.

Confira a nota completa abaixo:

“As políticas dos estúdios falham em proteger os roteiristas de forma suficiente diante das ameaças existenciais ao seu trabalho, que foram os motivos pelos quais iniciamos esta greve.

Nós dissemos a eles que toda greve tem um preço, e no caso da nossa este preço é uma resposta a todos – e não só alguns – dos problemas que eles causaram na nossa indústria. Mas, no fim das contas, a intenção dos estúdios com essa reunião não era fimar um acordo. Era fazer com que cedêssemos às suas exigências.

Foi por isso que, nem mesmo 20 minutos depois do fim da nossa reunião, a AMPTP lançou um resumo das propostas que apresentaram a nós. Esse era o plano das empresas desde o começo – eles não queriam barganhar, e sim nos bloquear. É a única estratégia que eles têm, a única aposta possível: eles querem que nos voltemos uns contra os outros“.

Entenda a situação em Hollywood

Desde o dia 2 de maio, em suma, milhares de roteiristas de televisão e de cinema entraram em greve por conta do fracasso das negociações entre estúdios e streaming para um aumento do salário. Por ora, o movimento deve continuar até que todas as partes cheguem a um consenso sobre remuneração maior para o salário mínimo e sobre alguns direitos para os profissionais.

Imaginava-se que a greve dos roteiristas fosse mais leve em 2023. Contudo, o cenário caminha para a repetição do que aconteceu em 2007, última vez em que a categoria interrompeu os trabalhos. A ideia é que os streamings até possam cobrir a falta de conteúdo durante o período. Apesar disso, inúmeros programas já anunciou interrupção dos trabalhos.

“Não conseguimos chegar a um acordo com os estúdios e as emissoras”, disse o sindicato dos roteiristas em comunicado na Internet. De acordo com o Writers Guild of America (WGA), as respostas às reivindicações foram “totalmente insuficientes, levando em conta a crise existencial à qual os roteiristas enfrentam”.

Com quase quatro meses de greve, boa parte dos materiais sem roteiro pronto já sofreu algum tipo de atraso nas últimas semanas. Séries que estrearam novos episódios entre o final de 2022 e durante o ano de 2023, como The Mandalorian e The Last of Us, já sentem o efeito da greve dos roteiristas.

É verdade, por outro lado, que há poucas chances de que os consumidores sofram alguma consequência a curto prazo. Afinal, filmes e séries previstos para para lançar nos próximos meses já estão com o roteiro pronto, faltando detalhes de pós-produção.

Gostou do nosso conteúdo? Acompanhe-nos no Google News e não perca nenhuma notícia.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Você pode cancelar, se desejar. Aceitar