A série Silêncio, da Netflix, se baseia em uma história real?

Silêncio encoraja os espectadores a questionar a realidade do silêncio e das observações em um mundo dominado por telas.

A série de suspense da Netflix ‘Silêncio’, criada por Aitor Gabilondo, investiga a vida de Sergio Ciscar, que foi condenado pelo assassinato de seus pais. Como Sergio era menor de idade na época do crime, sua pena é reduzida e ele se torna um homem livre. A psiquiátrica Ana Dussuel consegue permissão para espionar Sergio para avaliar seu estado psicológico, até porque ele não fala uma palavra desde os assassinatos. Enquanto a série espanhola cativa os espectadores com seu realismo, muitos se perguntam se ela é baseada em um crime real cometido na Espanha. Vamos descobrir a resposta!

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Silêncio se baseia em uma história real?

‘Silêncio’ não é uma história verdadeira. A série de ficção, originalmente intitulada ‘El Silencio’, foi concebida pelo criador Aitor Gabilondo, que visava explorar as reações de diferentes pessoas ao colocar um indivíduo “violento” no centro de uma narrativa. Com base nessa premissa, Gabilondo desenvolveu uma história que gira em torno de um ex-presidiário tentando se reintegrar à sociedade após cumprir sua pena, explorando as consequências e o impacto sobre as pessoas ao seu redor.

Para intensificar seu personagem, o criador acrescentou o atributo do silêncio, que ele percebe como “covarde e violento”. Os parricidas retratados na série podem lembrar a história da vida real de José Rabadán, que matou seus pais e irmã mais nova com uma katana aos 16 anos, acabando por se reintegrar à sociedade. No entanto, Gabilondo esclareceu que não se inspirou particularmente naquele caso.

Embora admitisse se inspirar em crimes cometidos por menores e na cobertura da mídia, o criador estava mais interessado em explorar o que acontece com criminosos condenados depois de cumprirem suas sentenças. Gabilondo então vinculou a história do ex-presidiário Sérgio à crítica do programa ao voyeurismo. Na série, Ana monitora a vida de Sergio 24 horas por dia com câmeras que ela instalou em sua casa, espionando-o para mergulhar mais fundo em sua psique.

Por meio do enredo envolvendo a vigilância constante do psiquiatra por meio das câmeras mencionadas, o criador pretendia retratar como as telas “colonizaram” a vida das pessoas em um mundo fisicamente distante e cada vez mais desumanizado. A série levanta a questão de saber se alguém pode realmente saber tudo sobre uma pessoa simplesmente observando-a por meio de um conjunto de câmeras.

Embora a série seja fictícia, a exploração de Gabilondo de temas como voyeurismo e vigilância ressoa na realidade. O criador revela como observar os outros diz mais sobre o observador do que sobre o sujeito da observação. À medida que a vigilância de Ana sobre Sergio avança, sua verdadeira natureza e características são expostas, reforçando a percepção de voyeurismo de Gabilondo. Ao focar nas mudanças que ocorrem dentro de Ana enquanto ela observa Sergio, Gabilondo consegue mudar o foco da câmera do sujeito para o voyeur.

Gabilondo também se aprofunda no tema do silêncio por meio do enredo de Sergio. Em entrevista, o criador explica que muitas vezes a sociedade não está disposta a enfrentar questões incômodas e inquietantes, o que leva indivíduos como Sergio a permanecerem calados. A decisão de Ana de observar Sergio pelas câmeras em vez de iniciar uma conversa honesta mostra como a sociedade busca consolo no silêncio. Por meio de Sergio, Gabilondo retrata como os monstros residem no silêncio, causando grande repercussão. A exploração do voyeurismo pelo programa fictício lança luz sobre como as telas substituíram as conversas genuínas na realidade.

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