Desde o início de novembro, o Globoplay trouxe uma bomba audiovisual para os espectadores curiosos: “Vale o Escrito – A Guerra do Jogo do Bicho.” Em sete capítulos envolventes, a série documental mergulha nas entranhas do jogo do bicho, revelando detalhes inéditos sobre esquemas fraudulentos, expansão de grupos criminosos e a vida íntima dos chefões da contravenção penal e seus descendentes.
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Trama de Vale o Escrito
A primeira temporada da série nos leva a uma viagem fascinante pela história do jogo do bicho, começando pela criação da “Cúpula da Contravenção” nos anos 1970. Essa elite, composta pelos chefões da época, organizou os territórios e pontos de jogos do estado, estabelecendo uma estrutura que persiste até hoje. Apesar do surgimento de uma nova geração de contraventores, o modelo resistiu ao teste do tempo.
Com uma riqueza de detalhes, a série revela como esses líderes do submundo tornaram-se patronos de escolas de samba nas comunidades onde mantêm seus negócios. Analisando essa dinâmica, historiadores e jornalistas oferecem insights valiosos, mostrando como o jogo do bicho moldou a cultura das escolas de samba no Rio de Janeiro.
A cada episódio, somos apresentados a personagens específicos, mergulhando nos bastidores de conflitos, prisões, assassinatos e na vida pessoal dos principais criminosos. A série não se esquiva de explorar a teia complexa que envolve as organizações criminosas, revelando um panorama além do mundo do crime. A conexão entre esses grupos vai além do ilícito, envolvendo outros setores, como as escolas de samba criadas e financiadas pelos bicheiros.
Os bicheiros não são apenas figuras sinistras; eles desempenham um papel social em suas comunidades. As escolas de samba, apoiadas por essas famílias poderosas, tornam-se veículos para investimentos sociais. A série destaca figuras como Waldermir “Miro” García, Castor de Andrade e Aniz “Anízio” Abraaão Diniz, mostrando como suas atividades transcenderam o crime para influenciar positivamente as comunidades em que atuam.
O Diferencial Brasileiro: Máfia Única e Expressão Estética Incomparável
Embora as semelhanças entre o jogo do bicho e a máfia italiana sejam tentadoras, a série destaca o caráter único da contravenção penal brasileira. Pedro Bial, supervisor artístico do projeto, afirma que a “máfia carioca” é única no mundo, poderosa e com uma expressão estética incomparável. Gian Carlo Belotti, diretor da série, ressalta a contribuição do documentário para o debate da segurança pública, proporcionando uma visão necessária do papel do jogo do bicho no cenário de violência do Estado.
A série já conquistou uma nota impressionante de 8,9 no IMDb, baseada nas avaliações dos usuários. A jornalista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, elogiou a produção, considerando-a uma “novela sem heróis, só com vilões” e dando ao projeto “nota mil.” Essa resposta positiva do público e crítica destaca a relevância e o impacto de “Vale o Escrito” no cenário do entretenimento brasileiro.
Em cada episódio, mergulhamos mais fundo na trama intrigante da guerra do jogo do bicho, explorando as linhas tênues entre o crime e o carnaval, entre os vilões e as vítimas, deixando os espectadores ansiosos por mais revelações do submundo colorido e perigoso do Rio de Janeiro.
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