Black Mirror: Uma imersão na performance de Aaron Paul em “Beyond the Sea”
O que torna a atuação de Paul tão impressionante é sua genuína representação de um personagem da época em Black Mirror.
A aclamada série antológica britânica, Black Mirror, sempre foi conhecida por seus espelhos que refletem ansiedades tecnológicas na sociedade atual. No entanto, na sua última temporada, a série decidiu mudar o foco do futuro distópico para um passado sombrio e conturbado. Esta mudança foi aprimorada pela performance arrebatadora de Aaron Paul no episódio inspirado nos anos 1960, “Beyond the Sea”.
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O que é “Beyond the Sea”?
“Beyond the Sea”, ambientado em uma versão alternativa de 1969, acompanha dois astronautas que viajam pelo espaço sem a habilidade de se comunicar tradicionalmente com suas famílias. Cliff Stanfield (Paul) e David Ross (Josh Hartnett) só podem falar com seus entes queridos na Terra transportando suas consciências para réplicas de si mesmos.
Esta solução para um problema de curto prazo apresenta riscos quando a família de David é assassinada por uma seita liderada pelo assassino em série Kappa (Rory Culkin). O episódio faz uma homenagem à retro-futurismo e à ansiedade sobre os assassinatos em série que dominaram a ficção americana após o pouso na lua Apollo 11 e o massacre de Sharon Tate em 1969.
A autenticidade na performance de Paul
O que torna a atuação de Paul tão impressionante é sua genuína representação de um personagem da época. Ele não moderniza Cliff para torná-lo mais simpático, mantendo-se fiel ao personagem e ao período retratado.
Há uma rispidez em Cliff que Paul mostra de forma excelente; ele não é excessivamente sentimental e é emocionalmente distante de sua esposa. Sua reação sombria à morte da família de David lhes permite conectar-se no nível humano mais básico de luto, pois Cliff só pode imaginar o que aconteceria se uma tragédia semelhante afetasse sua própria família.
Os relacionamentos de Cliff
Existe uma empatia na reação de Cliff que não é algo que ele normalmente demonstra, mas permite que o espectador entenda mais sobre suas relações com sua esposa, Lana (Kate Mara), e com David.
Sua relação com Lana parece perfeita no papel, mas é imperfeita e muitas vezes propensa a brigas. Quanto a David, nunca fica claro qual tipo de dinâmica existia entre os dois antes da tragédia ocorrer.
A tragédia de “Beyond the Sea” se aprofunda com a performance de Aaron Paul
A mensagem final de “Beyond the Sea” é inevitável; qualquer tecnologia que exista é algo que os homens eventualmente encontrarão uma maneira de abusar. “Beyond the Sea” é uma tragédia, e o personagem de Paul paga o preço por ser empático.
Nenhuma das reviravoltas da temporada é tão dolorosa para o espírito quanto assistir Paul tomar a decisão inevitavelmente errada de permitir que seu colega de trabalho ocupe seu corpo para passar alguns momentos breves na Terra.
O impacto da atuação de Aaron Paul
A performance física de Paul muda drasticamente uma vez que David começa a habitar o corpo de Cliff. Enquanto Cliff é recluso, David anseia por afeto após a morte de sua família e é abertamente confrontador com Lana quando não consegue o que acredita merecer. A química entre Paul e Hartnett torna a decisão de Cliff mais compreensível, apesar das evidências de que David está claramente atraído por Lana.
A contribuição de Paul para a série
Paul sempre esteve presente para realinhar as emoções de uma série. Quando Walter White de Breaking Bad (Bryan Cranston) se tornou muito vilão para lidar semanalmente, Jesse estava lá para lembrar ao público o custo humano das ações de Heisenberg.
Da mesma forma, Caleb de Westworld se tornou o único personagem de carne e osso em uma série obcecada em manter o espectador adivinhando quem era ou não um robô. A temporada 6 de Black Mirror precisava de um ator destaque para tornar a tragédia de “Beyond the Sea” mais impactante, e Paul proporcionou isso com um de seus melhores papéis até o momento.
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