Série que estreia de maio na Netflix está despertando o racismo?

A nova série da Netflix, “Rainha Cleópatra”, que estreia em maio de 2023, tem gerado grande polêmica envolvendo um suposto racismo desde que foi anunciada. Isso porque foi escolhida a atriz Adele James para interpretar o papel-título. As discussões sobre a cor da pele de Cleópatra foram reativadas, mas desta vez é o Egito que está tentando responsabilizar a Netflix por representar mal a história.

O Ministério do Turismo e Antiguidades egípcio divulgou uma declaração no Facebook acusando a empresa de produzir uma falsificação da história e afirmando que Cleópatra era de ascendência grega e de pele clara. A declaração também argumenta que a natureza documental da série exige que aqueles responsáveis por sua produção investiguem a precisão e se baseiem em fatos históricos e científicos.

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As bases históricas

A posição do Egito é apoiada por especialistas que afirmam que as moedas e estátuas da época mostram uma mulher de pele clara, em consonância com a ascendência macedônia grega de Cleópatra. O chefe do Conselho de Antiguidades Supremas, Mostafa Waziri, disse que representar Cleópatra como negra é nada menos que uma falsificação da história egípcia e que sua queixa está “longe de qualquer racismo étnico, enfatizando o respeito total pelas civilizações africanas e por nossos irmãos no continente africano que nos unem a todos”.

No entanto, há historiadores que argumentam que a identidade da mãe de Cleópatra não foi confirmada e que é possível que ela fosse indígena egípcia ou de algum lugar da África. De fato, a própria Cleópatra nasceu em Alexandria, no Egito, em 69 a.C., e foi a última rainha de uma dinastia de língua grega fundada pelo general macedônio de Alexandre, o Grande, Ptolomeu.

A posição do estúdio que produz “Rainha Cleopatra”

A escolha de James como Cleópatra foi justificada pelo site Tudum, da Netflix, como “um aceno para a conversa que durou séculos sobre a raça da governante”. A diretora da série, Tina Gharavi, defendeu a escolha da atriz negra em um ensaio em primeira pessoa para a revista Variety, publicado na semana passada.

Gharavi disse que fazer a pesquisa a levou a perceber o quão importante seria ter Cleópatra interpretada por uma atriz negra. Para ela, o fato de as pessoas terem interpretado tão mal a história no passado, com atrizes brancas como Theda Bara, Monica Bellucci e recentemente Angelina Jolie e Gal Gadot, significava que agora era ainda mais importante acertar a representação da rainha.

A série “Rainha Cleópatra” está sendo produzida por Jada Pinkett-Smith e conta a história da lendária governante do Egito antigo, sua relação com Júlio César e Marco Antônio e a luta pelo poder em uma época de grande agitação política e social. A escolha de Adele James para interpretar o papel-título gerou grande discussão sobre a representação histórica de personagens negros em filmes.

A diretora da série, Tina Gharavi, defendeu a escolha do elenco em um ensaio publicado na Variety, no qual afirmou que a decisão de escolher uma atriz negra para interpretar Cleópatra foi um ato político. Segundo Gharavi, a representação histórica da rainha egípcia tem sido equivocada há décadas e, portanto, a série busca trazer uma nova abordagem, baseada em fatos históricos e científicos.

O debate sobre a cor da pele de Cleópatra é antigo

No entanto, o debate em torno da cor da pele de Cleópatra não é novo. Historiadores e estudiosos discutem há décadas sobre a verdadeira aparência da rainha egípcia. Enquanto alguns argumentam que ela era de ascendência grega, outros afirmam que ela pode ter tido ancestrais africanos. A verdade é que, apesar das divergências, ninguém pode afirmar com certeza como era a aparência física de Cleópatra.

Ainda assim, muitos egípcios se sentem ofendidos com a escolha da atriz negra para interpretar a rainha egípcia mais famosa da história. O Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito emitiu uma declaração em sua página no Facebook, na qual argumentou que a representação da rainha Cleópatra como uma mulher negra é uma falsificação da história egípcia. A declaração aponta para moedas e estátuas da época, que retratam uma mulher de pele clara e características helênicas.

A série Netflix está causando polêmica sobre um suposto racismo

O caso gerou uma série de discussões sobre representação na cultura popular e a importância da precisão histórica nas produções cinematográficas e televisivas. Enquanto alguns argumentam que a escolha do elenco é uma forma de celebrar a diversidade e ampliar a representação de pessoas negras na mídia, outros afirmam que é necessário seguir as evidências históricas e científicas para evitar deturpações e falsificações da história.

Independentemente da polêmica sobre o suposto racismo ou não, é inegável que a série da Netflix “Rainha Cleópatra” tem gerado um grande interesse público desde o anúncio de sua produção. A polêmica em torno da escolha do elenco pode até mesmo aumentar a curiosidade dos espectadores em relação à produção. De qualquer forma, a discussão em torno da cor da pele de Cleópatra continuará a ser um tema polêmico e controverso por muitos anos.

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