Netflix sem k-drama? Plataforma pode perder as produções coreanas do seu catálogo

O sucesso estrondoso da série sul-coreana “Round 6” destacou a crescente influência e popularidade do K-drama em todo o mundo. No entanto, apesar desse sucesso, surgiram preocupações sobre os termos de contrato e tratamento dos profissionais da indústria pelo gigante do streaming, Netflix. Este artigo discute essas preocupações e as implicações mais amplas para a cultura e indústria do entretenimento sul-coreano.

O Fenômeno do k-drama “Round 6” e a Postura da Netflix

“Round 6”, criado por Hwang Dong-hyuk, não foi apenas um fenômeno cultural, mas também um grande sucesso financeiro para a Netflix, aumentando seu valor em cerca de US$ 900 milhões. No entanto, Hwang revelou que o lucro que obteve da série apenas “colocava comida na mesa”. Isso levanta questões sobre a justiça do acordo, especialmente quando se considera que a Netflix investiu bilhões na indústria sul-coreana na última década.

Desafios para os Profissionais Sul-Coreanos

Relatos recentes apontam que a Korea Broadcasting Actors Union enfrenta dificuldades para negociar com a Netflix. Song Chang-gon, presidente do sindicato, expressou frustração com a Netflix por não pagar royalties aos talentos sul-coreanos.

Além disso, muitos profissionais de produção são tratados como contratados independentes, tornando-os vulneráveis à exploração, com semanas de trabalho de 52 horas, horas extras não remuneradas e sub-dotação crônica.

Uma Janela para a Cultura Sul-Coreana

A Netflix possui uma vasta biblioteca de títulos sul-coreanos, variando de dramas românticos a programas aclamados pela crítica. Mas, mesmo antes da Netflix entrar no mercado sul-coreano, os trabalhadores já enfrentavam condições difíceis. Segundo Max Kim, as equipes de produção eram pagas por dia, independentemente de quanto tempo esse dia durava.

Os desafios que os profissionais da indústria enfrentam são apenas uma parte de um problema mais amplo. O país possui uma das maiores taxas de suicídio entre os países da OCDE, e muitas vezes a cultura pop sul-coreana reflete esses problemas, com K-dramas e K-pop frequentemente abordando temas difíceis e controversos.

A indústria do entretenimento sul-coreano tem uma longa história de ativismo. A quota de tela, introduzida em 1967, exigia que os cinemas exibissem filmes sul-coreanos por um determinado número de dias por ano, como proteção contra o monopólio de Hollywood. No entanto, essa prática foi alvo de controvérsias em acordos comerciais com os EUA. Protestos massivos e até atos extremos, como a libertação de serpentes em exibições de filmes americanos, ocorreram em resposta à pressão dos EUA.

Enquanto a Netflix desempenhou um papel significativo em levar o K-drama ao público global, a forma como interage com os profissionais locais deixa muito a desejar. Se a empresa não reconsiderar suas práticas, poderá enfrentar não apenas uma reação negativa dos profissionais da indústria, mas também dos fãs ao redor do mundo. Em última análise, é essencial que a Netflix valorize e respeite as culturas e indústrias com as quais colabora, garantindo que todos se beneficiem igualmente do sucesso global.

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