Megalodon, do Megatubarão, realmente existiu?

Megalodon, uma palavra que por si só evoca fascínio e terror em muitos, é sinônimo de um predador colossal que reinou os oceanos. Mas o que é realidade e o que é ficção quando se trata desse ser misterioso? Graças à contribuição de Emma Bernard, curadora da coleção de peixes fósseis, mergulhamos nas profundezas deste assunto.

Megalodon: Uma História Antiga e Imponente

O megalodon (Otodus megalodon) surgiu há cerca de 20 milhões de anos e durante 13 milhões de anos, dominou o ambiente marinho. Desapareceu misteriosamente há 3,6 milhões de anos, mas não sem deixar vestígios de sua grandeza.

Apesar de sua fama cinematográfica em “The Meg” de 2018, na realidade, estimativas apontam que o megalodon possuía entre 15 a 18 metros de comprimento. Comparando, é três vezes o tamanho do maior tubarão branco já registrado.

Sua extensão poderia ser similar aos atuais tubarões-baleia, que atingem até 18,8 metros. Os dentes deste predador, que podem chegar a 18 centímetros, são a chave para entender seu tamanho e dieta. “Megalodon” traduz-se literalmente como “dente grande”.

Mas o que exatamente uma criatura de tal magnitude comeria? “O megalodon teria comido carne, focando em baleias, grandes peixes e outros tubarões”, revela Emma. Fósseis de ossos de baleia com marcas de seus dentes são testemunhas dos hábitos alimentares do megalodon.

Anatomia de Uma Lenda

A anatomia do megalodon foi projetada para caça. Com uma mandíbula de até 3,4 metros de largura e 276 dentes afiados, este tubarão poderia exercer uma força de mordida entre 108.514 e 182.201N. Para contextualizar, um ser humano tem uma força de mordida de 1.317N.

Ao contrário do que muitos imaginam, o megalodon não era apenas uma versão ampliada do tubarão branco. Possivelmente possuía um nariz mais curto e uma mandíbula mais plana. As semelhanças com o tubarão azul são evidentes, principalmente nas nadadeiras peitorais extralongas que sustentavam seu tamanho gigantesco.

Os dentes do megalodon são encontrados globalmente, atestando sua presença em regiões tropicais e subtropicais quentes. Entretanto, seu desaparecimento coincide com a fase de resfriamento global no final do Plioceno. Mudanças climáticas, competição alimentar com outros predadores, como o tubarão branco, e perda de habitats de reprodução são teorias que tentam explicar sua extinção.

Desmistificando Lendas Modernas

Finalmente, o mito da sobrevivência do megalodon nos oceanos profundos é desacreditado por especialistas. “Se um animal do tamanho do megalodon ainda vivesse, saberíamos”, afirma Emma. As marcas de suas mordidas seriam evidentes, e seus dentes estariam dispersos pelo fundo oceânico.

Assim, embora o megalodon possa não mais percorrer os oceanos, sua presença no registro fóssil e na cultura popular garante que sua lenda continue viva.

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