Ben Affleck e Ana de Armas fazem um casal pouco convencional neste novo filme, o primeiro longa em 20 anos do mestre do thriller erótico, Adrian Lyne. O filme é uma adaptação do romance Deep Wather, de Patricia Highsmith, e por isso não é surpresa que ele tenha todos os tipos de reviravoltas ao longo da trama. Aqui vamos (tentar) explicar o final de Águas Profundas.
Águas Profundas é um passeio indutor de ansiedade, que apresenta aos espectadores um vislumbre do casamento muito conturbado de um casal de Oregon, nos Estados Unidos. Ben Affleck interpreta Vic Van Allen, um homem rico que ganhou dinheiro com a engenharia de um chip controverso, usado em armamento militar. Ana de Armas interpreta Melinda Van Allen, a bela e animada esposa de Vic. Os dois têm o que parece ser uma vida maravilhosa, com uma casa grande e confortável, e uma família, mas isso é apenas as aparências, pois, o caos espreita a vida dessa família.
Vic e Melinda mantém uma vida social ativa, com muitas amizades. Mas, de vez em quando, Melinda traz para casa um novo amigo, com quem está tendo um caso. Isso não é um segredo, pois Vic e seus amigos vêem o está acontecendo. A situação faz Vic perder o controle, e os amantes de Melinda vão desaparecendo, um por um.
Enfim, em meio a toda essa situação, o casal não consegue se separar. Isso até mesmo após Melinda descobrir que Vic está matando seus parceiros sexuais. A relação tóxica deste casal leva a história a algumas reviravoltas, tudo levando a um final de Águas Profundas que faz você se perguntar, afinal, como esses dois poderiam manter uma vida normal?
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Melinda não se separa mesmo sabendo que o esposo é um assassino?
O amor entre Vic e Melinda é uma espiral tóxica que de alguma forma os mantém juntos e muito distantes ao mesmo tempo. Essa tensão está no centro da resolução incômoda do filme. Melinda desfila cada novo parceiro na frente de Vic, e o vê afundar cada vez mais em um estado mental sombrio antes que ele inevitavelmente estale. Quando ele estala, a princípio assusta Melinda porque – bem – seu marido é um assassino. Como Melinda, então, racionaliza ficar com Vic, mesmo sabendo que ele é um assassino? Aparentemente, ela não tem medo dele, porque ele matou por ela. Isso pode ser romântico, no ponto de vista dela?
No final, Melinda encontra a carteira de seu amante desaparecido, Tony (Finn Wittrock), escondida em um recipiente onde Vic guarda sua impressionante coleção de caracóis de jardim de estimação. Depois que sua tentativa inicial de fugir é frustrada, Melinda faz a escolha confusa de queimar a carteira, e qualquer evidência que encontrar. Aqui temos a evidência mais definitiva até agora de onde esse relacionamento está indo. Melinda tomou sua decisão.
Vic e Melinda têm um relacionamento diferente de qualquer outro. Mesmo com os casos de amor e os assassinatos ocasionais, os dois conhecem os cantos mais sombrios da alma um do outro. Eles continuam a viver suas vidas como se tudo estivesse normal. É difícil dizer se Melinda encontraria ou não esse tipo de relacionamento em outro lugar, considerando suas próprias tendências não tradicionais.
O padrão de casos e assassinatos continua?
Quando Vic retorna de seu passeio de bicicleta para esconder o corpo de Tony e – sem querer – matar Lionel, ele encontra Melinda esperando por ele na varanda em um vestido de verão. Ela diz a ele: “Eu vi Tony” antes de sorrir e ir embora. Isso parece criar um entendimento entre os dois que, sim, Melinda sabe que Vic matou Tony, e ela está bem com isso. É uma troca sutil, mas a cumplicidade implícita na conversa fala muito.
Então, isso significa que os casos e os assassinatos continuarão? É difícil imaginar Melinda se conformando com qualquer tipo de vida sem sua liberdade para se relacionar com outros – pelo menos não no lugar onde a deixamos. O ciúme de Vic, por sua vez, sempre terá o melhor dele, levando-o a assassinar qualquer parceiro infeliz que cruze o caminho de Melinda.
O casal terrivelmente disfuncional Vic e Melina tem um acordo. Eles ficam casados, e Melinda pode dormir com outros homens. Por quê? Bem, eles têm um filho. Ok, mas isso não parece ser uma boa razão. O livro de Patricia Highsmith, no qual o filme se baseia, foi publicado em 1957, quando evitar o escândalo e a inconveniência do divórcio poderia ter sido uma motivação forte o suficiente. Entretanto, o filme Águas Profundas se passa nos dias atuais. Em vez disso, parece que o casal permanece junto essencialmente porque ele é muito rico, e ela é muito bonita. E assim, eles se tornam o casal mais tóxico de todos os tempos.
Enfim, o que a história dá a entender é que nada mudará entre esse casal. Aliás, não podemos chamar de um final feliz. Mas, pelo menos, eles têm um ao outro?
Trailer de Águas Profundas
Afinal, o que você achou do final de Águas Profundas?
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