Documentário da Netflix aborda uso abusivo do medicamento OxyContin nos EUA

A epidemia de opioides é um dos maiores desafios de saúde pública dos Estados Unidos nos últimos anos. Com bilhões de pílulas consumidas e milhares de vidas perdidas, o cenário tornou-se preocupante para as autoridades. Mas como começou esta crise e quem são os principais responsáveis por esta situação? Uma série documental lançada pela Netflix, intitulada “Prescrição Fatal” no Brasil, desvela uma parte importante deste complexo quebra-cabeça.

A busca por justiça de um farmacêutico

Dan Schneider, protagonista da série documental “Prescrição Fatal”, inicia sua jornada em busca de justiça após a morte de seu filho em um tiroteio. Entretanto, após a condenação do assassino, a investigação toma um novo rumo. Schneider percebe um fluxo anormal de jovens que procuravam sua farmácia para comprar opioides, especificamente OxyContin, todos com prescrições da mesma médica, Jacqueline Cleggett.

Intrigado por essa anormalidade e movido por um sentimento de justiça, Schneider embarca em uma investigação amadora, coletando depoimentos, áudios e vídeos. O que ele descobriu não só mudou a sua vida, mas também lançou luz sobre uma das maiores epidemias de saúde pública nos Estados Unidos.

A crescente dependência e overdose de opioides não se limita à narrativa do documentário. Dados do Centro de Controle de Doenças (CDC) revelam que, apenas em 2017, medicamentos para alívio da dor resultaram na morte de 48 mil americanos. Esta alarmante estatística coloca em destaque a magnitude do problema que o país enfrenta.

Prescrição Fatal: O Escândalo das Empresas Farmacêuticas

A expansão do consumo de opioides tem raízes profundas, envolvendo grandes corporações farmacêuticas. Entre 2006 e 2014, mais de 100 bilhões de doses de oxicodona e hidrocodona foram distribuídas em território americano.

Uma investigação do Washington Post, utilizando dados federais, indicou que seis grandes empresas – McKesson Corp., Cardinal Health, Walgreens, AmerisourceBergen, CVS e Walmart – foram responsáveis por 76% do fornecimento dessas pílulas durante o período mencionado.

Aprofundando ainda mais essa questão, três fabricantes dominavam o mercado, representando 85% da produção: SpecGx, Actavis Pharma e Par Pharmaceutical.

A magnitude do problema levou a uma ação judicial envolvendo quase 2.500 cidades americanas, incluindo condados e tribos indígenas. Por fim, essas entidades processaram fabricantes, distribuidores e farmácias, acusando-os de contribuir para a epidemia de opioides.

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