Cangaço Novo: História Real Por Trás do Faroeste Brasileiro

Desde o seu lançamento, “Cangaço Novo” tem feito sucesso no catálogo do Prime Video. Em suma, a produção capturou a atenção de fãs de faroeste e dramas de ação no Brasil e no mundo. Mas o que muitos espectadores podem não saber é que a série não é apenas um produto da imaginação fértil dos roteiristas. Ela tem raízes profundas na realidade do crime no nordeste brasileiro. Neste artigo, vamos explorar a inspiração real por trás do enredo e dos personagens de “Cangaço Novo”.

A Inspiradora e Controversa Figura de Valdetário Carneiro

Valdetário Carneiro, o homem que inspirou o personagem de Amaro Vaqueiro, pai de Ubaldo na série, foi uma figura notória do Rio Grande do Norte. Sua história tem uma série de atividades criminosas que o elevaram ao status de uma espécie de “novo cangaceiro”.

Nascido em Caraúbas, Valdetário tinha uma admiração por Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, o mais famoso dos cangaceiros. Valdetário não apenas era um fã, mas também adotou o icônico chapéu de couro, uma marca do bando de Lampião.

Valdetário fez pelo menos 100 ataques a bancos em diversos estados brasileiros entre os anos de 1990 e 2000. A polícia do Rio Grande do Norte, onde era mais ativo, tinha uma espécie de fixação em capturá-lo, especialmente após crimes que envolviam sua própria família. Em um caso, ele recebeu a condenação de 7 anos de prisão por roubar o carro de um primo. Posteriormente, escapou da prisão, continuando sua onda de crimes.

“Cangaço Novo”: Ficção e Realidade

A série se baseia em um livro sobre Valdetário Carneiro, escrito por Paulo Nascimento e Rafael Barbosa. A 1ª temporada de “Cangaço Novo” explora a história deste notório criminoso através dos olhos de seus filhos fictícios – Ubaldo, Dinorah e Dilvânia. O próprio Paulo Nascimento celebrou o sucesso da série e do seu livro, que entrou para a lista dos mais vendidos na Amazon após o lançamento da produção televisiva.

A série não apenas ressuscita o legado de Valdetário, mas também levanta questões mais amplas sobre a fenomenologia do “novo cangaço”. Em suma, é um tipo de crime que envolve assaltos a bancos e que aterroriza cidades do interior, algo que Valdetário é creditado como um dos precursores. A linha entre a realidade e a ficção é muitas vezes tênue, e “Cangaço Novo” é um exemplo impressionante de como uma série de TV pode tomar emprestado da vida real para criar um mundo convincente e envolvente.

A história de Valdetário Carneiro serve não apenas como uma fundação rica para o enredo, mas também como um lembrete do poder do storytelling em trazer à luz histórias e personagens que de outra forma poderiam ser esquecidos ou mal compreendidos. Isso confere à série uma camada adicional de profundidade e ressonância. E assim, faz de “Cangaço Novo” mais do que apenas entretenimento; mas sim, um estudo de um fenômeno social complexo e muitas vezes perturbador.

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