Morre Jô Soares: Relembre a carreira e morte do filho do ator
José Eugênio Soares, conhecido como Jô Soares, nasceu em 1º de janeiro de 1938, no Rio de Janeiro. O ator nos deixou aos 84 anos.
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Morreu na madrugada desta sexta-feira (05), o humorista, apresentador de TV, escritor, dramaturgo, diretor de teatro, ator e músico, José Eugênio Soares. Conhecido como Jô Soares, ele nasceu em 1º de janeiro de 1938, no Rio de Janeiro.
Filho único, ele estudou no Colégio São Bento, no Rio de Janeiro, no Colégio São José de Petrópolis, e em Lausana, na Suíça. A morte do apresentador pegou a todos de surpresa, e deixou muitas pessoas entristecidas. Abaixo, vamos relembrar a carreira do Jô.
Carreira de Jô Soares
Jô estreou na TV em 1956 na Record. Na ocasião, ele fez parte do elenco do programa Praça da Alegria. Lá ele ficou por 10 anos. Em seguida, ele atuou e foi um dos roteiristas, junto com Carlos Alberto de Nóbrega, do humorístico Família Trapo.
Já em 1971, Jô chegou à Globo, no programa Faça Humor, Não Faça Guerra. Nessa emissora, ele também roteirizou Satiricom e atuou em Planeta dos Homens.
Em 1981, ele fez o seu mais famoso programa humorístico, o Viva o Gordo. O mesmo deu origem ao espetáculo de teatro Viva o Gordo, Abaixo o Regime, uma sátira à Ditadura Militar vigente no Brasil desde 1964.
Ademais, na emissora carioca, Jô Soares fez participações no Chico Anysio Show, no musical infantil Plunct, Plact, Zuuum e comentários no Jornal da Globo, até 1987.
Já em 1988, Jô trocou a Globo pelo SBT, e estreou no humorístico Veja o Gordo. Entretanto, ainda no mesmo ano, ele ganhou o seu primeiro talk show, o Jô Soares Onze e Meia, que durou até 1999, ano em que ele voltou para a Globo.
E foi assim que, em 2000, Jô Soares estreou o Programa do Jô, que foi ao ar até 2016.
Participação em filmes
Ao todo, Jô Soares participou de 25 filmes:
Ano | Título | Personagem | Notas |
---|---|---|---|
1954 | O Rei do Movimento | Jornaleiro | |
1956 | De Pernas pro Ar | Jorginho | |
1958 | Pé na Tábua | Felício | |
1959 | Aí Vêm os Cadetes | Nelson | |
1959 | O Homem do Sputnik | Espião Americano | |
1960 | Vai que É Mole | Bolinha | |
1960 | Tudo Legal | Euclides | |
1965 | Pluft, o Fantasminha | Tio Gerúndio | |
1968 | Hitler III Mundo | Alex | |
1968 | Papai Trapalhão | Antônio | |
1969 | Agnaldo, Perigo à Vista | Abelardo | |
1969 | A Mulher de Todos | Dr. Plirtz | |
1971 | Nenê Bandalho | Narrador | |
1973 | Amante muito Louca | Diretor | |
1976 | O Pai do Povo | El Magnífico Contreras / Cardinal / Silvestrina | |
1979 | Tangarela, a Tanga de Cristal | Agnaldo | |
1986 | Cidade Oculta | Riperti | |
1995 | Sábado | Homem na casa das máquinas | |
2001 | O Xangô de Baker Street | Desembargador Coelho Bastos | |
2002 | Joana e Marcelo, Amor (Quase) Perfeito | Ele mesmo | |
2003 | Person | Ele mesmo | Documentário |
2004 | A Dona da História | Ele mesmo | |
2010 | VIPs: Histórias Reais de um Mentiroso | Ele mesmo | Documentário |
2012 | As Aventuras de Agamenon, o Repórter | Ele mesmo | |
2013 | Giovanni Improtta | Presidente do Clube |
Além disso, o humorista ficou conhecido pela sua escrita ácida em jornais como “O Globo” e “Folha de S.Paulo”. Ademais, ele também fez escritas para as revistas “Manchete” e “Veja”.
Jô Soares escreveu livros
Jô escreveu vários livros, sendo uma coletânea de crônicas, publicadas em O Globo, O Astronaus Sem Regimes. Além de outros quatro romances: O Xangô de Baker Street, O Homem que Matou Getúlio Vargas, Assassinatos na Academia Brasileira de Letras e As Esganadas. Ademais, ele também fez uma autobiografia em dois volumes, O Livro de Jô – Uma Autobiografia Desautorizada.
Além disso, Jô também escreveu, dirigiu e protagonizou muitas peças de teatro. Entre as mais famosas, estão os monólogos Ame um gordo antes que acabe (1976), Viva o gordo e abaixo o regime! (1978), Um gordoidão no país da inflação (1983), O gordo ao vivo (1988), Um gordo em concerto (1994) e Na mira do gordo (2007).
Por fim, ele também atuou em montagens como Auto da Compadecida, Oscar, assim como dirigiu Soraia, Posto 2, Os Sete Gatinhos, Romeu e Julieta, Frankenstein e Ricardo III.
Morte do filho único de Jô Soares
Em 2014, Jô Soares viveu um dos momentos mais difíceis da sua vida: a morte do seu único filho. Rafael Soares nasceu em 1964, e era filho de Jô com a atriz Therezinha Millet Austregésilo (eles foram casados entre 1959 e 1979), e morreu aos 50 anos.
Rafael sofria de autismo de alto nível, e o pai sempre protegeu o filho da mídia. Em 2013, Jô deu o seguinte depoimento:
“Eu tenho um filho que é autista, tem uma série de problemas que em certos momentos até se agravam ou se agravaram, já é uma condição genética que ele tem e claro que é uma situação mais difícil de você se comunicar com o filho, que tem dificuldade de se comunicar com você e com todo mundo. O autista é isso, vive no mundo dele. Mas você não pode deixar que isso seja o foco principal da sua vida. É também um foco tão importante quanto tudo”.
Infelizmente, no dia 30 de outubro de 2014, Rafael foi internado no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro (RJ). Ele, que também lutava contra um câncer no cérebro, morreu no dia seguinte, aos 50 anos.
No seu programa, Jô Soares fez o seguinte comentário sobre a morte do filho: