10 filmes para desconstruir o racismo de uma vez por todas

Nesta semana que está acabando, tivemos o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. O dia 21 de março é uma data importante para lembrar que ainda temos muito trabalho a fazer na luta contra o racismo. Para celebrar e conscientizar nossos leitores nesta data, selecionamos 10 filmes para desconstruir o racismo.

No Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, devemos nos comprometer a fazer a nossa parte na luta contra o racismo e trabalhar juntos para construir um mundo melhor, com igualdade de verdade para toda a população preta do Brasil e do mundo.

Além disso, a arte pode ser uma forma poderosa de abordar e enfrentar essa questão. Portanto, nada melhor do que assistir um dos filmes para desconstruir o racismo desta lista com pessoas que você acredita precisarem aprender mais sobre está luta.

Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial

A data foi criada em 1966, em memória do massacre de Sharpeville, na África do Sul, quando 69 pessoas foram mortas pela polícia durante uma manifestação pacífica contra as leis de segregação racial do regime do apartheid.

Desde então, a data tem sido um momento para refletir sobre as formas insidiosas em que o racismo pode se manifestar em nossas sociedades, e para reafirmar o compromisso de combater a discriminação racial em todas as suas formas.

Embora tenhamos feito progressos significativos na luta contra o racismo, ainda há muito a ser feito. A discriminação racial persiste em muitos aspectos da vida, desde a educação e o emprego até a aplicação da lei e a justiça criminal.

É importante lembrar que a luta contra o racismo é uma responsabilidade coletiva. Cada um de nós tem um papel a desempenhar na criação de uma sociedade mais justa e igualitária. Precisamos trabalhar juntos para promover a igualdade e a inclusão, combater o preconceito e o ódio, e garantir que todos sejam tratados com respeito e dignidade.

Esses filmes são apenas uma amostra da diversidade de histórias e perspectivas que existem sobre o racismo na arte cinematográfica. Assistir a esses filmes pode ajudar a aumentar a conscientização sobre a questão do racismo e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Os 10 melhores filmes para desconstruir o racismo

1. A Cor Púrpura (1985)

Em primeiríssimo lugar na nossa lista de filmes para desconstruir o racismo está “A Cor Púrpura”, um drama clássico de 1985 dirigido por Steven Spielberg. O filme é baseado no romance homônimo de Alice Walker e conta a história emocionante de Celie, uma mulher afro-americana no início do século XX que sofre abusos físicos e emocionais do pai e do marido.

O filme retrata a vida de Celie desde a adolescência até a idade adulta, mostrando sua luta diária contra a opressão e o racismo. Ela é separada de sua irmã mais nova, Nettie, quando é forçada a se casar com o abusivo Albert, que a trata como uma escrava. Celie passa por uma série de abusos e dificuldades, incluindo a perda de seus dois filhos recém-nascidos.

Apesar de todas as adversidades, Celie encontra conforto em sua amizade com a cantora Shug Avery, que ajuda Celie a descobrir sua própria força e beleza interior. Ao longo do filme, Celie descobre que é mais forte do que jamais imaginou e começa a se libertar do ciclo de violência e opressão.

O filme é notável por seu retrato realista da vida dos afro-americanos no sul dos Estados Unidos no início do século XX e por seu poderoso elenco liderado por Whoopi Goldberg como Celie, Oprah Winfrey como Sofia e Danny Glover como Albert. “A Cor Púrpura” é um filme emocionante e inspirador que celebra a força do espírito humano e a importância da amizade e do amor em tempos difíceis.

2. Histórias Cruzadas (2011)

Em segundo lugar entre os melhores filmes para desconstruir o racismo está “Histórias Cruzadas”, um filme americano de 2011, dirigido por Tate Taylor e baseado no livro “A Resposta”, de Kathryn Stockett. O filme retrata a luta das empregadas domésticas negras em Jackson, Mississippi, nos anos 60, por direitos básicos e igualdade em uma sociedade profundamente segregacionista.

A história se concentra em três personagens principais: Skeeter, uma jovem branca recém-formada em jornalismo que decide escrever um livro sobre a vida das empregadas domésticas negras; Aibileen, a empregada de uma família branca que já havia perdido seu filho, e Minny, uma mulher negra forte e determinada que sofre nas mãos de uma patroa abusiva.

Ao longo do filme, as histórias dessas três mulheres se entrelaçam em uma narrativa emocionante, que mostra a realidade brutal da segregação racial nos Estados Unidos dos anos 60. Mas também há espaço para momentos de ternura e solidariedade, à medida que Aibileen, Minny e outras empregadas negras se unem para lutar contra a injustiça e o preconceito.

“Histórias Cruzadas” é um filme poderoso e inspirador que nos lembra da importância da igualdade e do respeito entre todas as pessoas, independentemente da cor da pele. Com um elenco estelar, incluindo Viola Davis, Octavia Spencer e Emma Stone, este filme é uma obra-prima do cinema americano que comove e emociona o público até hoje.

3. Infiltrado na Klan (2018)

Em terceiro lugar na nossa lista está o clássico entre os filmes para desconstruir o racismo “Moonlight: Sob a Luz do Luar”. O filme dramático americano de 2016 é dirigido por Barry Jenkins e baseado na peça teatral “In Moonlight Black Boys Look Blue”, de Tarell Alvin McCraney.

A trama é dividida em três partes e conta a história de Chiron, um jovem negro que cresce em um bairro pobre de Miami, enquanto lida com questões de identidade, sexualidade e relacionamentos conturbados com sua mãe viciada em drogas e um traficante de drogas que se torna uma figura paterna.

A primeira parte, “Little”, mostra Chiron como um menino tímido e introvertido, que sofre bullying dos colegas de escola e busca conforto em Juan, um traficante de drogas interpretado por Mahershala Ali, que se torna uma espécie de mentor para ele.

Na segunda parte, “Chiron”, vemos o adolescente Chiron (interpretado por Ashton Sanders) lidando com a pressão dos colegas, sua sexualidade e sua difícil relação com sua mãe, vivida por Naomie Harris.

A terceira parte, “Black”, mostra Chiron adulto (interpretado por Trevante Rhodes) como um traficante de drogas que adotou a postura dura e fria de Juan, mas ainda luta com as cicatrizes emocionais de sua infância e suas relações passadas.

O filme foi aclamado pela crítica por sua direção, roteiro, elenco e trilha sonora, além de sua abordagem sensível e complexa das questões de raça, sexualidade e identidade. “Moonlight: Sob a Luz do Luar” foi premiado com o Oscar de Melhor Filme em 2017, tornando-se o primeiro filme com um elenco inteiramente negro a vencer esse prêmio.

4. Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016)

Moonlight: Sob a Luz do Luar é um filme americano de drama dirigido por Barry Jenkins. Ele segue a vida de um jovem negro chamado Chiron em três fases de sua vida: infância, adolescência e idade adulta. O filme aborda questões como sexualidade, identidade, raça e relacionamentos familiares.

Chiron cresce em um bairro pobre de Miami e enfrenta bullying e abuso em casa e na escola. Ele encontra apoio em Juan, um traficante de drogas, e Teresa, sua namorada. Chiron também desenvolve um relacionamento íntimo com seu amigo Kevin, que se torna complicado na adolescência.

O filme recebeu críticas positivas por sua abordagem sensível e humana desses temas e foi premiado com três Oscars, incluindo Melhor Filme.

5. Selma: Uma Luta Pela Igualdade (2014)

“Selma: Uma Luta Pela Igualdade” é um drama histórico de 2014 dirigido por Ava DuVernay, que conta a história da campanha de Martin Luther King Jr. pela igualdade de direitos de voto para os afro-americanos na cidade de Selma, Alabama, em 1965.

O filme retrata a luta do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos, mostrando a organização das marchas lideradas por King, que enfrentaram violentas repressões policiais e ataques de grupos extremistas brancos.

David Oyelowo dá vida a Martin Luther King Jr., em uma atuação poderosa e emocionante, que mostra a liderança e coragem do ativista em meio a um cenário de opressão e violência.

O filme aborda ainda a relação de King com o presidente Lyndon B. Johnson, interpretado por Tom Wilkinson, que se recusa a aprovar a legislação para garantir o direito ao voto dos afro-americanos.

Com uma narrativa intensa e emocionante, “Selma: Uma Luta Pela Igualdade” apresenta um retrato impactante de um período crucial da história americana e de uma das figuras mais importantes do movimento pelos direitos civis.

6. Detroit em Rebelião (2017)

Detroit em rebelião
Imagem: Divulgação / Apple TV.

“Detroit em Rebelião” pode ser considerado um dos melhores filmes para desconstruir o racismo. A trama dramática e comovente retrata os eventos que ocorreram durante os distúrbios civis de Detroit em 1967. O filme é dirigido por Kathryn Bigelow e escrito por Mark Boal, a mesma dupla responsável por “Guerra ao Terror” e “A Hora Mais Escura”.

A história se passa em uma noite caótica de julho de 1967, quando a polícia invadiu uma festa em um motel no centro de Detroit, após receber uma denúncia de tiros. O que se seguiu foi uma noite de terror, em que três jovens afro-americanos foram mortos e nove outras pessoas foram espancadas e torturadas pela polícia.

O filme retrata a brutalidade policial e a injustiça racial que permeavam a sociedade americana na época, e mostra a luta dos personagens para sobreviver e denunciar o abuso de poder que estavam sofrendo. Entre os personagens principais estão o segurança afro-americano Melvin Dismukes (interpretado por John Boyega), que tenta manter a calma durante a invasão policial, e os jovens Larry Reed (Algee Smith) e Fred Temple (Jacob Latimore), que estavam na festa e são brutalmente espancados pela polícia.

O filme é intenso e emocionalmente perturbador, e oferece uma visão poderosa dos eventos que ocorreram durante os distúrbios civis de Detroit. Embora seja baseado em fatos reais, o filme não pretende ser uma representação precisa e completa dos eventos, mas sim uma reflexão sobre a injustiça racial e a violência policial que ainda são problemas urgentes na sociedade americana de hoje.

7. A Outra História Americana (1998)

“A Outra História Americana” é um filme dramático de 1998 que não poderia deixar de estar na nossa lista de melhores filmes para desconstruir o racismo. Dirigido por Tony Kaye, que retrata a vida de uma família de origem branca que vive em um bairro operário de Los Angeles. A trama se desenvolve a partir da perspectiva de Danny Vinyard, um jovem branco que se envolve com um grupo neonazista após a morte do pai.

O filme aborda temas como o racismo, o ódio, a violência e a discriminação, ao mesmo tempo em que mostra o processo de transformação de Danny, que começa a questionar suas crenças e se afastar do grupo extremista após conhecer um professor negro na prisão.

A história é contada de maneira impactante e emocionante, mostrando como o preconceito e a intolerância podem levar a atitudes extremas e violentas, mas também como o diálogo, o conhecimento e a empatia podem mudar a trajetória de uma pessoa.

“A Outra História Americana” foi aclamado pela crítica e recebeu diversas indicações e prêmios, incluindo uma indicação ao Oscar de Melhor Ator para Edward Norton, que interpreta o protagonista Danny. O filme é considerado uma obra importante na luta contra o racismo e a discriminação nos Estados Unidos.

8. O Sol é Para Todos (1962)

“O Sol é Para Todos” é um filme americano de 1962, baseado no livro de mesmo nome escrito por Harper Lee. O filme foi dirigido por Robert Mulligan e estrelado por Gregory Peck.

A história se passa na década de 1930, na cidade fictícia de Maycomb, no Alabama. O filme segue a vida de Atticus Finch (Gregory Peck), um advogado e pai solteiro de dois filhos, Scout (Mary Badham) e Jem (Phillip Alford). Atticus é contratado para defender Tom Robinson (Brock Peters), um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca. A defesa de Atticus enfrenta o racismo e o preconceito da cidade enquanto luta para provar a inocência de Tom.

O filme é uma reflexão sobre os valores e preconceitos da sociedade americana na década de 1930. Atticus Finch é retratado como um homem justo e moralmente correto que se esforça para defender a verdade, mesmo que isso signifique enfrentar o ódio e a discriminação.

O filme foi um grande sucesso de crítica e público, recebendo três prêmios do Oscar, incluindo Melhor Ator para Gregory Peck e Melhor Roteiro Adaptado para Horton Foote. “O Sol é Para Todos” é considerado um dos melhores filmes americanos já feitos e um clássico do cinema.

9. 12 Anos de Escravidão (2013)

Quase no fim da nossa lista de filmes para desconstruir o racismo está o vencedor do Oscar “12 Anos de Escravidão”. O drama histórico é baseado no livro autobiográfico de Solomon Northup. O filme conta a história de Solomon, um homem negro livre que é sequestrado e vendido como escravo no sul dos Estados Unidos antes da Guerra Civil.

Solomon é vendido várias vezes durante seus 12 anos de escravidão, e durante esse tempo, ele enfrenta atrocidades inimagináveis, incluindo espancamentos, trabalhos forçados e torturas. Ele conhece outros escravos, alguns que lutam para sobreviver, enquanto outros se acomodam em suas condições de vida miseráveis.

O filme retrata a cruel realidade da escravidão e a luta de Solomon pela liberdade. Ele é finalmente libertado com a ajuda de um advogado e retorna à sua família.

Dirigido por Steve McQueen, “12 Anos de Escravidão” ganhou três Oscars, incluindo Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Atriz Coadjuvante para Lupita Nyong’o. O filme é uma história poderosa e emocionante sobre a resiliência humana e a luta pela liberdade em meio à opressão implacável.

10. Medida Provisória (2022)

Por fim, para encerrar a nossa lista com 10 filmes para desconstruir o racismo, está o brasileiro “Medida Provisória”, uma ficção científica dirigida por Lázaro Ramos. A história se passa em um futuro próximo, em que a democracia brasileira foi substituída por um regime autoritário. O governo implementa uma medida provisória que obriga as pessoas negras a se mudarem para um campo de concentração.

O protagonista do filme é um funcionário público negro que é forçado a levar sua esposa e filha para o campo. Lá, eles enfrentam condições desumanas e se juntam a outros prisioneiros para lutar contra o sistema opressivo. O filme aborda questões importantes como racismo, autoritarismo e resistência, e recebeu críticas positivas por sua abordagem e impacto sobre esses temas.

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